Conversa com o Sr Abílio Pereira Carvalho, acerca da exposição de espantalhos em Castro Daire em Maio de 2012

26 05 2012

A pedido do próprio (por motivos de apenas aqui constar o meu primeiro comentário à sua reportagem), aqui publico a totalidade da longa esgrima verbal que mantive, em Maio de 2012, com o Sr Dr Abílio Pereira de Carvalho, acerca de uma reportagem que realizou sobre a exposição de espantalhos no jardim de Castro Daire, pelos alunos da EB 2,3 de Castro Daire.

Exmo. Sr.  Abílio Carvalho:

Vou aqui exercer o meu direito ao contraditório, relativamente ao que V. Exa vociferou nas suas incursões pelo «youtube» e respeitantes à exposição de espantalhos (palhaços no seu léxico) que está patente no Jardim da vila e que faz parte do plano anual de atividades do departamento de expressão artística desta escola.

Antes de mais, quero que fique bem claro que é uma reação estritamente pessoal e não vincula de forma alguma as posições de qualquer colega meu ou, muito menos, da gestão do Agrupamento de Escolas de Castro Daire. Sou um homem livre e isto é um exercício de liberdade, tal como V. Exa o fez nas suas reportagens.

Começo por lhe dizer que a sua atitude revela um provincianismo arcaico que tresanda a estado novo. Como pode V. Exa., sequer, atribuir a uma simples exposição de figuras feitas com materiais reciclados, numa atividade escolar de expressão plástica, motivo para fazer tão vil reportagem? Na escola da palhaçada, ensina-se de tudo, Sr. Abílio, inclusivamente expressão artística, em que o sentido estético pode ser educado através de instalações com materiais reciclados. Também se ensina Língua Portuguesa, Matemática, História e muitas outras coisas, nomeadamente, regras de civismo, tolerância e respeito pelos outros, conceitos que V. Exa resolveu ignorar na sua crónica de mal-dizer!

Você tem toda a razão quando diz que a Educação é uma palhaçada. Para mim também é, mas sabe porquê? Porque ela é tutelada há anos por políticos fajutos e incompetentes, que se estão nas tintas para a qualidade e interessadíssimos pela quantidade, impondo o facilitismo e a irresponsabilidade e obrigando os professores a pactuarem com isso para mascarar estatísticas. A Educação não é palhaçada, Sr. Abílio, porque um grupo de alunos e professores expõe uma forma diferente de arte, através de aproveitamento de (nalguns casos) lixo, e que provoca reações de admiração no comum do transeunte livre de preconceitos arcaicos como os que o senhor revela.

O seu respeitável currículo não lhe advoga o direito de se julgar culturalmente superior; a incapacidade que demonstra em entender um simples sátira política, sem qualquer laivo de má educação ou difamação pessoal, só outorga a sua inferioridade a esse nível.

O senhor já pensou em chamar palhaços a todos os humoristas, cronistas, colunistas que fazem sátira social? Não tem coragem para isso. Apenas a tem para se meter com crianças de 10, 11 ou pouco mais anos que se empenharam afincadamente para elaborar aquelas obras de arte que o senhor não tem capacidade para apreciar. O que o senhor fez, Sr. Abílio, é tão fácil como feio.

Julgo que se há palhaços nesta história toda, Sr. Abílio, lhe garanto que não são os pobres espantalhos que não fazem mal a ninguém.

A escola é dos alunos e dos professores, Sr. Abílio, não é dos políticos nem dos pseudorepórteres.

Ainda assim, reconheço que a sua atitude de crítica e desacordo nada tem de ilegal ou imoral e é um direito igual ao que eu tenho de exercer este contraditório. O que me choca profundamente, é haver gente com responsabilidade política que, ajudados por opiniões «velhas do restelo» como a sua, ordenaram a retirada de um boneco só porque tem uma sátira política vulgaríssima nos tempos que correm, e ainda por cima, carregada de razão.

Guarde o seu fel para coisas que se justifiquem caro colega. Não se enalteça, fazendo reportagens caseiras, à custa de um meritório trabalho escolar que, ainda que não goste, num direito inalienável que tem, procurou apenas dar algum colorido, alguma alegria e alguma boa disposição ao jardim de Castro Daire.

Uma coisa lhe garanto: se dependesse de mim, o enforcado seria exposto no mais nobre espaço da vila, onde nenhum político frustrado lhe pudesse tocar, nem que fosse bombardeado com pressões feitas pelas mais condecoradas figuras das artes e letras castrenses.

Não gaste mais das suas crónicas a vexar o trabalho de crianças. A arte é muito relativa, é certo, mas já não o é a incapacidade que se revela em manter a mente atualizada esquecendo que o 25 de Abril foi há quase 40 anos.

Paulo Carvalho

professor de EVT na Escola EB 2,3 de Castro Daire

Esta é a exposição

https://plus.google.com/photos/115247499410607173371/albums/5743959827768605761?banner=pwa

Esta é a ação do Sr Abílio Pereira Carvalho que levou à minha reação

Abílio Pereira de carvalho escreveu:

Lidas as primeiras linhas, e vista a orientação da narrativa, virada para a ofensa pessoal, parei. Em vez do esclarecimento pedagógico e cientifico relacionado com a «obra», nomeadamente a explicação dos objectivos educacionais pretendidos com o «espantalho enforcado» (chamei-lhe «palhaço, por ser tudo uma palhaçada) colocado junto ao Parque Infantil, sobre o que incidiram os dois vídeos, bem gostaria que a Exª Professora explicasse isso e dissesse a sua (dele) identidade colocada no B. I. que agrafaram na parte exterior bolso. Foram os professores, ou foram os alunos? Sobre o PROVINCIANISMO de que fala, ele fica bem expresso nestas duas narrativas: a sua e a minha. Outros, que não nós, seus autores, que as adjectivem, pela extensão e qualidade.

Abílio Pereira de Carvalho

O meu nome é Paulo Carvalho e sou professor (e não professora). Primeiro que tudo, não veja ofensa pessoal onde ela não existe e em vez de estar aqui a tentar saber qual de nós é mais cordato e educado em termos narrativos e, não deixando de entender o seu ponto de vista e, acima de tudo, respeitar o currículo que ostenta, apenas lhe deixo esta pergunta: se no decorrer desta atividade, o senhor, enquanto professor, visse um aluno a querer fazer esta sátira meramente política, o que fazia? Proibia-o? pois, por certo, não é? isso tem um nome Dr Abílio: CENSURA ou se pretender ser mais nostálgico, lápis azul!
Os alunos têm 10 e mais anos e sabem o que se passa na sociedade em que vivem e expressarem-se de forma livre é um direito que o 25 de abril lhes trouxe.
Termino, reiterando que não tenho o seu respeitável currículo, tenho metade da sua respeitável idade, mas tenho, pelo menos, a mesma educação e civismo que o senhor e exercerei o meu direito de resposta sempre que julgo necessário.
Os meus cumprimentos
Paulo Carvalho

Meu caro Professor:
Como nunca deixei pendurado sem resposta quem me contacta por via privada ou pública, aqui lhe respondo com a cordialidade com que sempre me relacionei com colegas e alunos:
PRIMEIRO: não é meu hábito, seja por palavras, seja por imagens, «fulanizar» as minhas críticas, a não ser que me obriguem a isso.
SEGUNDO: em nenhum dos vídeos publicados me reportei à escola ou escolas, apesar de me ter informado primeiro donde saiu a «obra-prima», o que muito lamento pois nessa escola deixei alguns anos de vida profissional.
TERCEIRO: se quiser dar lições de educação, de moral e ética, comece por rever o vocabulário que usa. Deixe de pessoalizar a questão, arrume o «vociferou», o «provincianismo arcaico», os «preconceitos arcaicos» os «pseudorepórtes», os «velhos do Restelo», o «estado novo» (linguagem que me recuso a classificar, nem entra na minha prática de escrita e social) e defenda a causa que o levou a «exercer o seu direito de cidadania e de resposta». Faço-o sem usar a má educação e ofensas pessoais ou de carácter, pois essa sua atitude mostra claramente o «provincianismo arcaico», o «estado velho», o «pretensiosismo» que evoca, olhando-se ao espelho.
QUARTO: eu próprio, quando no activo, usei materiais reciclados com os meus alunos levando-os a imaginar, a criar ou recriar coisa nova com coisa velha, seja o lixo reciclável. A reciclagem faz parte dos meus parâmetros mentais, seja a reciclagem material, seja e mental, quer dizer, quero viver a aprender e aprender até morrer.
QUINTO: mas já que, neste seu exercício de cidadania, em defesa do AGRUPAMEMNTO DE ESCOLA DE CASTRO DAIRE (chamar a si a opinião, não responsabilizando mais ninguém, é pura retórica, daí eu me ter dirigido à minha «INTERLOCUTORA») pretende dar lições de pedagogia, de história, cultura e arte, diga-me que obras produziu e publicou nesse domínio e, através do seu nome, eu procurar no GOOGLE tal título, a fim de a adquirir. Pois é por aí que eu entro na Biblioteca Nacional e vejo as «fichas» de arquivo.
SEXTO: a minhas «pseudoreportagens» puseram o enfoque no «ENFORCADO» e é sobre tal criatura, «criação» e expoente máximo de «criatividade», que eu desejaria fossem dadas, pública e responsavelmente, explicações sobre os objectivos educacionais relacionados com tal figura.
SÉTIMO: os meus trabalhos, crónicas e críticas públicas, são de adulto para adultos e jamais as dirigiria a crianças. Dizer o contrário, só quem ignora esses trabalhos, essas crónicas e essas críticas feitas ao longo de anos e pelos mais diversos meios. E quem ignora ou finge ignorar isso, senão mesmo deturpar, não pode dar lições de sabedoria e de pedagogia escolar ou social. Se pensa que evocando o 25 de Abril faz de si um democrata, era bom que lesse tudo quanto escrevi sobre esse evento e a postura pública e cívica que tomei a tal respeito. Mas com respeito, me despeço, se com respeito me tratam.
Abílio Pereira de Carvalho

Meu caro Dr Abílio Carvalho:

Já vi que apesar de desfasados na idade, temos algumas semelhanças, nomeadamente nunca deixar pendurado sem resposta quem nos contacta. Também o farei com a mesma cordialidade que evoca.

PRIMEIRO: Eu tive de «fulanizar» porque me dirigi a si; o senhor não fulanizou porque se dirigia a uma «obra-prima» que, tendo gente por trás, vai dar ao mesmo.

SEGUNDO: Eu não lhe dou lições de ética, moral ou educação e o meu vocabulário, que cita, sabe melhor que eu, pela formação que tem, que se trata de recursos estilísticos da língua chamados metáforas, usados para reforçar e simbolizar uma ideia que se quer transmitir. São tão pecaminosos como a sua «obra-prima» ou a sua «palhaçada». Ainda assim, considere-se vingado, pois devolveu-me os impropérios; acontece que já me olhei ao espelho e não vi nenhuma carapuça…

TERCEIRO: Diz que faz reciclagem mental… pois parece-me faltar-lhe uma cor no seu ecoponto: a cor do respeito pela liberdade dos outros. Aprende até morrer? Pois bem, ainda vai a tempo de aprender que a expressão livre é um exercício artístico inalienável dos alunos e é, em si, um objetivo educacional.

QUARTO: Já contava com os seus bicos de pés. Não o conheço, mas a vizinhança que o conhece já me vai alertando para essa sua prática. Ó Dr. Abílio então acha que a razão é diretamente proporcional aos livros que se escrevem? Acha que é porque tem escritos que aparecem no Google que tem o direito de achincalhar o trabalho dos outros, ainda por cima crianças?

SEXTO: Não cometerei aqui a indelicadeza de beliscar o seu currículo, que respeito, mas repetir-lhe-ei até à exaustão que isso não lhe confere nenhum direito sobre ninguém.

SÉTIMO: Finalmente, vou explicar-lhe devagarinho o significado simbólico do enforcado: trata-se de uma caricatura do primeiro-ministro (não do cidadão Pedro Passos Coelho) que perante um país endividado até aos dentes, se decide enforcar por não aguentar tanta dívida. O tema dos espantalhos era LIVRE e aquela turma foi livre e decidiu aquela temática. Que ofensa, meu Deus…

OITAVO: Sabe porque é que o Dr Abílio se entretém com reportagens, críticas e afins? Porque tem tempo para isso, gozando uma (acredito que merecida) aposentação, coisa que me parece, cada vez menos, eu e muitos milhares podermos almejar, por culpa deste e, sobretudo, de enforcados anteriores cuja forca não deveria ser em sentido figurado; em lugar da forca que mereciam ainda andam a filosofar à grande e à francesa com o meu dinheiro!

NONO: Já escreveu muito sobre o 25 de Abril? Pois ponha os calcanhares no chão, de vez, e admita que um democrata não denigre o trabalho dos outros. 25 de Abril é liberdade Dr Abílio e não me acredito que se eu lesse os seus frondosos escritos, encontrasse o contrário.

DÉCIMO: Se der o assunto por encerrado, eu também dou. Não se esqueça é que o primeiro pénalty foi seu e, portanto, o último será sempre meu!

ÚLTIMO: Gostava de o conhecer pessoalmente, pois tenho a certeza que em duas frases, concluiríamos que, se calhar, ambos somos boa gente e toda esta esgrima verbal se diluiria aos pés de algo que nem sequer se justificava!

Respeitosamente
Paulo Carvalho

Caro Professor

PRIMEIRO- A cada investida sua, cada vez me convenço mais que de comum, só temos o apelido. Os preconceitos que atravessam toda a sua argumentação (a passada e a presente) sobre a minha pessoa, colhidos junto dos seus vizinhos (leia-se de alguns colegas) cheira-me a conversa de soalheiro, de despeito, próprio dos medíocres, e nunca de troca de ideias de educadores com a elevação e o saber que deles se espera.

SEGUNDO — Todos os meus juízos críticos são submetidos à opinião pública e só assim é que se aquilata a liberdade de expressão, da educação e do fundamento das opiniões. Os livros dizem que uma coisa e «saber» e outra é ter «opinião».

TERCEIRO: No meu tempo de professor toda a actividade incluída nas tarefas escolares eram programadas segundo OBJECTIVOS GERAIS e OBJECTIVOS ESPECÍFICOS. A explicação genérica que me dá, em privado, sobre o «enforcado» bem gostaria que fosse tornada pública, mas segundo as regras de ensino-aprendizagem, isto é, acompanhadas da programação com os objectivos definidos, gerais e específicos.

QUARTO- A questão de querer atribuir aos alunos de 11 anos a iniciativa de tal ideia, para além de eu ter falado com os avós de uma criança participante, dizendo-me que ela «não sabia nada disso» a não ser ter participado e «estar triste por o terem tirado» de ao pé dos outros, é uma maneira de alijar as responsabilidades dos actos. E para professores é mau demais. Eu, como professor, jamais, usei os alunos para, através deles, transmitir ao público e aos políticos as minhas frustrações e angústias. E é tudo isso que ressalta dos seus textos, que tive o cuidado de imprimir, para, a qualquer tempo, poder demonstrar o que aqui afirmo.

QUINTO — Não atribua à minha aposentação as razões das minhas críticas e crónicas, pois, sempre exerci esse meu dever cívico, desde que me conheço. Fi-lo dentro da escola e fora dela. Está, pois, mal informado. A questão do meu currículo, foi você que o trouxe à baila, não fui eu. Mas, pelas suas palavras, parece que ele causa engulhos aos despeitados que o rodeiam. Mas isso não é novidade para mim. Esteja descansado por essa parte.

SEXTO — Se entende que tem razão, na questão levantada por mim (a do enforcamento), você e os seus pares, (foi nele que, por imagens e palavras, pus o enfoque nos meus vídeos) sugiro o transportemos esta nossa conversa para o domínio público e deixemo-nos de «razões privadas».A cidadania e a liberdade de expressão, em circuito fechado e/ou à mesa do café, ou em roda de maldizentes nas costas dos visados, é coisa que me nunca me atraiu. E como vê nunca usei o pomposo direito do «contraditório». Sobre o 25 de Abril estamos conversados. No tempo da outra Senhora, quem era contra, passava logo por comunista. Na democracia, quem discorda publicamente de uma atitude que nada tem de EDUCATIVA, é salazarento e faz censura e recorda-se que o 25 de Abril já foi há 40 anos. Atitudes dessas são do domínio da cultura e da psicanálise. Não vou perder tempo com elas.
Cordialmente
abílio pereira de carvalho

Caro Dr Abílio:
Então a questão do seu currículo fui eu que a trouxe à baila, hein? Passo a citar – «diga-me que obras produziu e publicou nesse domínio e, através do seu nome, eu procurar no GOOGLE tal título, a fim de a adquirir. Pois é por aí que eu entro na Biblioteca Nacional e vejo as «fichas» de arquivo» – citei – precisa de mais alguma coisa?. Não me faça rir, caro colega!
Dado que também não pretendo perder mais tempo com esta autêntica conversa da treta (olhando ao motivo que a despoletou), e algum enjoo começo a sentir dela, termino-a dizendo que estou, obviamente, disponível para debater esta questão consigo quando e onde quiser. Se isso acontecer, os ouvintes ficarão com duas certezas: um de nós ganhará em prosápia e o outro demonstrará que um espantalho feito por crianças jamais poderá justificar tal atitude.
A montanha não passa de um rato, meu caro!
Cordialmente
Paulo Carvalho

Meu caro Professor:
Ainda vou disponibilizar algum tempo para esclarecer este assunto.
Em que parte do texto que transcreveu eu me refiro ao meu curriculo?
Explico melhor a razão da minha sugestão: houve em Castro Daire um senhor
com laboratório em Lisboa do qual eu ignorava tudo. Sabido o seu nome,
recorri ao Google, Biblioteca Nacional, e vim a saber tudo sobre ele.
Obras publicadas no domínio da farmacopeia e por aí adiante.
Pode ver esta explicação desenvolvida no meu site «www.trilhos-serranos.com»,
cujo texto tem já muito tempo. Não falo ou escrevo ao sabor das
circunstâncias do momento. Verá que de outra forma, a não ser pelo caminho
que sugeri, o Google, eu jamais traçaria a Biografia de tal pessoa. Mas eu
falei som sinceridade e sugeri o caminho certo. O caro professor, com os
preconceitos que tem encaixados na cabeça e certamente influenciado por
alguns dos seus «vizinhos» foi logo para o meu currículo. É que o meu
curriculo, posto por mim, nem sequer está no Google. Está, isso sim, no meu
site, botão AUTOR. E eu não remeti para lá, o colega. Nem remeto. Apenas
informo para evitar mais equívocos.
Não há pois uma vírgula na frase que transcreveu que o autorize a dizer que
fui eu que trouxe à colação o meu currículo. Esclarecido? Custa-me estar a
ter esta conversa com um colega, mas deixar as coisas equivocadas ou
deturpadas é que não faço.
Cordialmente
abílio pereira de carvalho

Dr Abílio:
Eu já estou esclarecido a seu respeito. O que me parece é que ainda não está esclarecido em relação a mim. mas eu esclareço-o em duas linhas:
Sou um simples e discreto professor que, enquanto cidadão cumpre os seus deveres cívicos e enquanto docente, desempenha a função o melhor que sabe e pode, defendendo os alunos e a escola pública contra quem quer que seja, chame-se Abílio ou Crato ou outro qualquer, e nunca abdicarei de exercer o contraditório relativamente às minhas convicções. Parece-me que aí somos parecidos.
Tu o resto, meu caro, é floreado, e termino reiterando que nada de pessoal me pode mover contra quem não conheço. Apenas respondi a uma crónica que achei despropositada contra uma simples forma de expressão. Fá-lo-ei sempre em nome da liberdade de expressão… verbal e artística.
respeitosamente
Paulo Carvalho

Caro Profesor
Pois, nesse aspecto de dizermos o que há a dizer, temos sim senhor, algo de comum. Isso agrada-me e felicito-o por isso, isto é, não deixarmos as coisas pela calada dos bastidores, ainda seria melhor. Só que, efectivamente, se estamos esclarecidos no que respeita a nós próprios (e como nada conhecia de si quando lhe falei no Google, mais razão me dá, por nele ter falado) o mesmo não acontece com a matéria que foi objecto dos meus vídeos. Falta esclarecer os OBJECTIVOS EDUCACIONAIS que levaram à lição do ENFORCAMENTO simbólico junto de um Parque Infantil. Falta a publicação da PLANIFICAÇÃO da tarefa, explicitando esses objectivos. Mas eu adianto dois objectivos gerais, tendo em atenção a matéria os sujeitos da aprendizagem: «1 – conhecer a importância dos espantalhos na cultura camponesa».2 – sensibilizar os para o aproveitamento de materiais recicláveis». Objectivos específicos: 1- enforcar um espantalho no jardim; 2 – fazer um nó adequado na corda enrolada para melhor resultado; 3 – ajustar o laço ao pescoço; 4 – retirar o banco dos pés para melhor efeito.
Chega? Dito isto, e se a tarefa não foi planificada assim, como foi? É por isso que insisto, por mais voltas que dêem, que as vossas frustrações e angústias, sejam veiculadas através das crianças, contra o Crato, como ainda agora o fez ao dizer que sempre reagirá contra mim ou contra ele, vamos dar sempre no mesmo. O enforcamento ali, onde foi feito, não tem centelha de ACTO EDUCATIVO. Cordialmente abílio pereira de carvalho

Boa noite Dr. Abílio!
Pois que esta já longa troca de «galhardetes» acabará, como constato, por esclarecê-lo.
Politicamente, tenho asco, sim senhor, de todos os políticos criminosos, corruptos e incompetentes que nos últimos anos envergonham o país, atacam a Educação e a escola pública e até lhe confesso que sou daqueles que ainda atribui uma réstia de benefício de dúvida ao atual executivo, pois herdou aquilo que o maior delinquente político da História de Portugal deixou. Mesmo com essa aversão a políticos, o enforcado nem sequer era de uma turma minha e confesso que nem reparei nele particularmente antes desta polémica.
Educacionalmente – o que interessa de facto nisto tudo – onde o senhor erra clamorosamente é no facto de se esquecer que o «enforcado» é um de 27 espantalhos expostos. Podia ter feito 27 vídeos… ou melhor 54, pois fez 2 do seu «favorito». Seguindo o seu critério de ausência de conteúdo educativo, porque se meteu apenas com um? Se o critério foi político, havia lá, pelo menos, outro com a mesma temática. Foi pela corda? Pois se calhar houve pessoas que acharam mais chocante a sanita do pescador! Preferiram, no entanto, aplaudir a criatividade!
Meu caro Dr. Abílio: de uma vez por todos, veja o famigerado «enforcado» como apenas mais um dos 27 espantalhos. Foram de muito mau gosto (ai se era eu!) esses objetivos específicos que traçou. Gostei sim da sua proposta de objetivos (agora transformados em competências) gerais, que não distam dos que programámos, mas os específicos eram centrados na expressão artística livre e acredite que foram atingidos na plenitude, porquanto alguns alunos optaram por flores, outros por agriCOOLtores, outros por bailarinos, outros por sátira local (habigato por exemplo) e outros por… sátira política bem atual. Por isso mesmo a atividade foi, aliás ainda é, um sucesso rotundo.
Posso enviar-lhe, se quiser, a planificação da atividade para constatar o caráter livre da mesma.
Se o Dr. Abílio tem algum preconceito ou trauma pessoal relativamente ao primeiro-ministro ou a forcas, diga-me que me calarei para sempre, pois respeitarei tal facto. Se não tem, faça o favor de se retratar, falando a partir de agora (pois já vi que isto está para durar) na exposição total e não numa das 27 figuras.
Se quiser fazer uma «youtubagem» da exposição toda eu estou disponível para seu guia.
Respeitosamente
Paulo Carvalho

Caro professor, você pode deambular por onde quiser, dar a volta ao mundo muitas vezes, preencher páginas de palavras, mas não me faz desviar do essencial para me perder no acessório. Os livros por onde estudou são seguramente diferentes dos meus. Apesar de ter classificado o meu trabalho de «pseudoreportagens» (repare que só agora falo de mim) saiba que dei jornalismo e sei distinguir, para notícia, o que, no conjunto, destoa dos valores que devem ser veiculados pela EDUCAÇÃO. Diz-me que isto está para durar. Não está, não. Se quiser continuar terá de ser em circuito aberto, onde defenda a sua concepção educativa e pedagógica e eu defenda a minha. Tenho tanto que fazer que nenhuma CONVERSA DE SURDOS me entusiasma. Mas gostava de ver, seja qual for a terminologia usada, a planificação que levou ao ENFORCADO», pois na educação e na vida todo o acto humano que não seja inútil passa por um «processo» até chegar ao «produto». O produto físico está à mostra, o processo para atingir as tais «competências» e «aptidões» dos alunos é que eu gostava de ver publicado num qualquer livro ou revista da especialidade. Aqui não vale a pena.E no esboço da planificação com objectivos gerais e específicos, também, no meu tempo, operativos, só faltou «bater palmas, enquanto o enforcado esperneia». Veja o ridículo da tarefa e do acto que persiste em defender como educativo.
Vá lá que deixou cair a questão da censura, da minha mentalidade arcaica, e da minha impreparação para entender a arte feita com material destinado ao lixo e incapacidade para entender a liberdade e expressão artística.
De qualquer modo, faço minhas as suas palavras, isto nada tem de pessoal, pois nem sequer nos conhecemos. E até o felicito por ser o único professor que, com nome e rosto, se dignou assumir a defesa daquilo que, insisto, não é DEFENSÁVEL pedagogicamente. E tanto não é que o «boneco» voltou ao Jardim e não tiveram a coragem de repetir o acto. E voltou bem, pois eu sabia de pelo menos uma criança que estava triste por não ver o «espantalho» em que participou na exposição. Agora já não estará triste e isso me alegra a mim. Por isso, e pelo resto, dou por encerrado o nosso diálogo, se é que não foi um monólogo. E também quero retribuir o ensejo que fez de me quer conhecer pessoalmente. Não é difícil, ando sempre por aí, pela vila, e toda a gente sabe os lugares onde paro. É só procurar-me.
Cordialmente
abilio pereira de carvalho

Caríssimo Dr Abílio:
Também terminarei este diálogo (para mim foi um VERDADEIRO diálogo), não sem antes lhe dizer o seguinte:
Para além de umas incursões no seu «trilhos-serranos.com», sítio web que presta um louvável serviço à História e cultura locais, fiz também outras incursões pelo seu percurso académico e pela sua obra literária. Pelo que constatei, não será por certo a «despeitada vizinhança» (citando-o ) que o conhece que me impedirá de reconhecer o seu inegável mérito. Pessoas que fazem o que o senhor faz, a esse nível, terão sempre o meu louvor!
Uma coisa é o Dr Abílio que referi, outra coisa é o autor das reportagens que motivaram toda esta dialética.
E voltando a ela, à «vaca fria», os nossos livros serão, por certo, diferentes. Aliás, dou de barato que, em livros, nem perto de si quero chegar. Os livros são quase a sua vida — e ainda bem — mas a minha tem outras coisas para mim muito mais valiosas.
Caro Dr Abílio, você pode deambular por onde quiser, dar a volta ao mundo muitas vezes, preencher páginas de palavras, mas não me faz desviar do essencial, ou seja, não há planificação do enforcado. Há planificação da atividade total (elaboração e exposição de 28 espantalhos) e até no nosso site (http://www.aecastrodaire.com/index.php/escolas/escola-basica-23/atividades/153-expo-espantalhos.html) isso facilmente se depreende.
Eu não deixei cair a censura; reitero que a sua reportagem só não é um exemplo dela, porquanto ela não existe em termos práticos (estamos, ou deveríamos estar , num país livre); Contudo, quando alguém de responsabilidade manda retirar o espantalho, pois se não é censura é um qualquer sinónimo. Não me parece que tenha condenado tal atitude Dr Abílio.
O «enforcado», agora sem forca, voltou e o senhor acha que não tivemos coragem de quê? Como é possível!!! Lembra-se do que lhe disse no primeiro mail? Por mim o enforcado estaria nos Passos do Concelho. Mas nada tenho a ver com esse espantalho em específico, como também já lhe disse.
Mas se uma criança que seja, ficou feliz com o regresso, aí concordo plenamente consigo. Fazer crianças felizes é o primeiro fim da Educação. E utilizando esse critério, caso ainda esteja na disposição de me responder, pergunto-lhe: qual dos nossos atos contribuiu mais para isso?
Terei, pois, todo o gosto, em um dia destes que se proporcione — e acredito que será inevitável, apesar de não ser de cá — nos encontremos, e numa conversa de cavalheiros eu possa aprender mil coisas consigo, mas o Dr Abílio possa aprender uma comigo!
Respeitosamente
Paulo Carvalho

Caríssimo colega: não sei se lhe respondo em duplicado, pois escrevi-lhe através do Ipad e fiquei com a impressão que o correio não seguiu. É só para lhe dizer que relativamente à primeira parte da sua missiva não me pronuncio, a não ser para dizer que quem reconhece o mérito do trabalho alheio, reverte para si o mérito reconhecido. Relativamente à retirada do «boneco» e CENSURA, eu não tive nada a ver com isso. De resto sempre e só falei de EDUCAÇÃO, de acto EDUCATIVO e nunca de política. Se as coisas derivaram para aí não podem assacar-me essa responsabilidade.. Sobre o facto de eu me ter virado apenas para o «enforcado» e não para toda a exposição como referiu antes, far-me-á a justiça de eu ter feito tal como fizeram os profissionais dos média que vieram fazer notícia do caso. Os dos jornais e TVs. Eles profissionais, eu um simples cidadão com algum traquejo na matéria, pois exerço (agora já posso falar de mim) a cidadania crítica há muitos anos. Dou o caso por encerrado e se lhe agrada, apareça quando quiser. Verá que não sou o «sarnoso» que alguns, por despeito e mediocridade, pintam. Cordialmente abilio pereira de carvalho

Muito bem Dr Abílio!
Pois que da minha parte seja também encerrado o caso e garanto-lhe que, se o motivo que o motivou é injustificado, já o não é, o facto de ter tido o privilégio de trocar palavras (ainda que com cordialidade crescente e ainda bem, pois o contrário é que nos diminuiria) com alguém com a sua cultura e capacidade argumentativa. Uma falha ou outra todos temos…O senhor teve a sua, na minha opinião, e caso encerrado!

Termino, cometendo a ousadia de o convidar para, quando quiser vir aqui à escola e, quiçá, compará-la com a que deixou, aferindo avanços e retrocessos (ambos estão garantidos) e, obviamente conhecermo-nos e conversarmos um pouco. Terei todo o gosto nisso!

Lembra-se do último penálty ser meu? Pois bem, dado que neste «jogo» a minha intenção não era ganhar nada, mas apenas vincar uma posição e essa julgo-a conseguida por palpitar que nos percebemos um ao outro, não me ouvirá (neste caso, não me lerá) mais uma palavra acerca deste assunto, a não ser pessoalmente!
Acabou por ser um prazer conversar consigo!

Respeitosamente
Paulo Carvalho





Coloquem a polémica no lugar certo, por favor!

1 06 2011

Estava eu a jantar quando, num breve zapping pelos canais, apanho uma notícia TVI ( claro) de que um boneco de brincar está a causar enorme polémica no mundo e agora em Portugal!

Dito assim, fixou-me a atenção e esperei pelo desenvolvimento. Eis que sou brindado com um rechonchudo boneco de fabrico espanhol, de nome «Glutão», que vem acompanhado com uma espécie de soutien com duas flores no lugar dos mamilos em que o boneco mama, chora para mudar de «peito» e arrota quando está satisfeito. Nada mais!

Pois bem! Ele são pedo-psiquiatras, ele são educadoras, ele são mães e pais, enfim, uma catrefada de gente a criticar tal brinquedo que comete o terrífico pecado de simular o aleitamento materno, alegando, nomeadamente, que pode potenciar a gravidez de menores.

Ora bem! Perante tal, aconteceu uma coisa que ultimamente me assola bastante e que é pensar se estarei eu louco ou se o mundo está mesmo perdido e esventrado da mais elementar lucidez. Que me lembre, nunca vi ou li qualquer polémica relacionada com brinquedos que simulam violência atroz como espadas, armas, bombas, facas, terminando nas vulgaríssimas pistolas que o meu filho usou na sua indumentária de cow-boy no últmo entrudo e que serviam para matar os índios. Nunca vi polémica associada a videojogos para criancinhas de 10 anos em que um carro obtem quantos mais pontos quantas mais pessoas atropelar ou um robot ganha mais vidas quantas mais pessoas chacinar. Agora vem esta gente dizer que estes brinquedos são autêntica catequese, comparados com esse hediondo boneco que mama num soutien de flores, chora para mudar de peito e arrota quando está satisfeito.

Quem arrotava era eu de raiva contra alguns imbecis que nada mais tem que fazer do que se pôr a inventar polémicas para aparecerem na televisão.

Talvez para eles já não seja polémico, por exemplo, que um país à beira da falência total tenha mais de 30% do povo a votar em quem tal provocou. Se calhar preferem dar o outro peito ao bebé  Sócrates porque ele está a chorar que já acabou o leite e quer continuar a mamar.

Pois por mim, ele nem chegará a arrotar. Por mim prefiro o… bebé Glutão!!!

Está tudo louco! Ou eu!

Paulo Carvalho





ESTE É O MEU CONTRIBUTO PARA A CAMPANHA ELEITORAL

5 05 2011

A epopeia de um déspota e a estratégia dos media: ensaio sobre um país à beira do caos!

por Paulo Carvalho

Sou um pacato, anónimo e honesto cidadão português e aquilo que me distinguirá da maioria dos meus compatriotas é o facto de escrever e partilhar a raiva que vai em mim, apesar de não ser fazedor de opinião, cronista, jornalista, famoso ou ter qualquer outro desses atributos que fazem com que apenas pessoas que não sentem a crise, sejam socialmente autorizados a falar dela. No dia em que os media derem tempo de antena a cidadãos honestos e trabalhadores que ganham 500 euros por mês, e deixe que estes condicionem opiniões, então aí sim a palavra Justiça começa a fazer sentido.

Não passo de alguém que quer apenas fazer chegar uma mensagem ao maior número de pessoas e, com isso, contribuir para que algumas mentes despertem da letargia. Se todos os portugueses (os que não se identificam com este Portugal, leia-se) fizerem um simples acto que demonstre a sua revolta, o país mudará, acreditem!

Este texto é a súmula de muitos textos que, de há uns anos a esta parte, me apeteceu escrever.

Quis a ironia do destino, ou melhor, quis o povo que Portugal tivesse ao leme dos seus destinos, há mais de cinco anos, um homem que, estou em crer, a História se encarregará de caracterizar melhor do que eu! José Sócrates Pinto de Sousa, que fez questão de adoptar o mais estranho dos seus nomes para sua chancela, quiçá procurando algum paralelo com o mais brilhante de todos os filósofos, mas esquecendo que o seu percurso tem tornado pecaminosa tal analogia, pois não haverá melhor exemplo de contradição.

Este homem foi eleito, como aliás acontece sempre em Portugal, não por qualquer mérito, mas por demérito de quem o antecedeu. Em Portugal ninguém ganha eleições; em Portugal apenas se perdem eleições. Os parcos horizontes mentais do meio país que vota desde o 25 de Abril, e a competência revelada pelos políticos, impedem que alguém ganhe eleições e fazem com que apenas o PS e o PSD percam eleições. Em 2005, o sábio povo, mais uma vez para castigar quem não lhes agradou, podia ter feito mil coisas, entre elas colocar no poder gente nova, partidos novos, de esquerda, direita, do centro, votarem todos em branco, votarem todos nulo… enfim; mas não! Como é apanágio na «democratura» tuga, castiga-se o peixe, votando na carne e castiga-se a carne, votando no peixe. Pior que isso, e constatando que o peixe é podre e a carne é putrefacta há décadas, perpetuam esse enjoativo jogo, num frenético exercício masoquista.

Claro que as estas coisas são lentas no tempo, mas o tempo acaba por chegar e damos por nós, hoje em dia, de caras com a inquietante factura desse mórbido ritual de troca bipolar de poder, assente na legitimidade do voto da populaça!

Trinta anos de política palaciana, em qua autênticos tsunamis financeiros inundavam atabalhoadamente o país, tornando a geração de pais e filhos dos últimos 30 anos numa generalizada máquina de consumo, cuja cegueira do aparente novo-riquismo, impediu que se implantassem as mais básicas regras de justiça social e, pior que tudo, que uma cultura desprovida de valores, de educação, de razão e, em última instância, de humanidade, alastrasse em Portugal. A mais aberrante consequência disso, são fortunas colossais amealhadas no exercícios de cargos públicos, onde os, já de si, absurdos e ofensivos vencimentos são complementados pela corrupção generalizada.

Este estado de abastança geral, levou a que as pessoas entrassem numa espécie de anestesia social, sem que as evidências de um país pobre cheio de gente rica, as incomodasse, vivendo o «hoje» e deixando o «amanhã» aos políticos.

Esse «amanhã» chegou e os políticos são os mesmos. O que variou, para muito melhor, foi o seu património pessoal. O país continua pobre; cada vez mais pobre. As pessoas, para além de continuarem pobres intelectualmente, são-no, agora e cada vez mais, financeiramente. Conclusão: se considerarmos ricos, aqueles que auferem rendimentos mensais acima de 3000 euros, merecidos ou não, há entre estes, dois grupos que condicionam a nação de forma brutal: os agentes ligados aos media (jornalistas, comentadores, apresentadores, etc) e os políticos. Os primeiros enquanto fazedores e moldadores de opinião e que, num país em que as mentes são franzinas, facilmente conseguem levar o rebanho ao prado que desejam; os segundos, porque governam e legislam e, por conseguinte, também levam o mesmo rebanho a seu prado, nem que seja pela simples força da Lei.

Deste pantanal, surge um país em que, no ano 2011, o ordenado mínimo está abaixo dos 500 euros, mas uma apresentadora de televisão, que pouco mais faz do que guinchar desalmadamente, ganha 50 000 euros mensais; um doente espera 5 anos por uma cirurgia, mas um gestor público ganha mais de um milhão de euros num ano; uma empresa pública tem 700 milhões de passivo, mas muda a frota de automóveis topo de gama dos administradores de 3 em 3 anos; um cidadão é preso por consumir droga, mas os mega-processos envolvendo figuras públicas arrastam-se por anos a fio e acabem em nada; o leite escolar paga 23% de IVA, mas os campos de golfe pagam 6%; o país está no limiar da bancarrota mas continua a falar-se no TGV e no aeroporto. Enfim, um rol de contradições que não existe termo no léxico português que caracterize o grau da sua aberração.

Isto é fruto de uma política em que o povo vota. Isto é fruto de políticos que, sabiamente, vivem à sombra da ignorância popular.

O epíteto dessa desgraça chama-se José Sócrates. Um autocrata obstinado! Um sujeito que lidera um partido desnorteado com mão de ferro com um bando de lacaios submissos, cujo mais ocupado assessor é o de imagem; aplaudem-no, dizem ámen a tudo, mas no fundo gostariam de ter coragem para enfrentar o mentecapto. Mas não têm… Um homem nascido e vindo do interior esquecido e que chegou ao sucesso por uma das únicas duas vias que permitem tal ascensão: o talento ou a política. Obviamente que, neste caso, apenas a segunda hipótese prevaleceu. Aliás, a política é para mim o mais obtuso, absurdo e contraditório conceito, pois se, por um lado, é aquilo que legal e constitucionalmente mais condiciona a vida das pessoas, por outro lado, é a maior imundice das pseudodemocracias; é um antro fétido de jogos de interesses instalados de clientelismos, regados por uma corrupção sórdida completamente impune.

Em 5 anos, Sócrates cometeu a proeza de decapitar por completo um país cuja cabeça acaba de ser entregue numa bandeja aos senhores da troika. A liderança política de José Sócrates esventrou toda a estrutura portuguesa, já de si débil, e atirou-nos para o limiar da bancarrota! O Homem que muitos pensam inteligente e detentor de dom de palavra, mas que pouco mais faz do que servir de manequim de fatos caríssimos, ler telepontos e olhar-se ao espelho, dando asas ao seu narcisismo agudo!

Luis Campo e Cunha (antigo ministro de Sócrates) diz, sobre esta crise, que vivemos um filme de terror em que o Drácula culpa a sua vítima, aludindo numa brilhante metáfora, a que Sócrates consegue hoje encarnar um papel absolutamente surreal de conseguir culpar os outros por uma tragédia imputável a si próprio. Mas eu pergunto sempre: o que é que consegue ser mais inacreditável? É um homem que, ciente que despojou um país de quase tudo, protagonizando um política suicida e liderando um Governo assassino e que se reapresenta de cara lavada a eleições como se nada lhe fosse imputável, ou será constatar que ainda é considerado um herói pelos seus acólitos, um brilhante estadista pelos «bate-palmas» que o rodeiam e, pior que tudo, segundo se consta, um bom primeiro-ministro para mais de 30 % do zé povinho?

Acreditem que quando penso nisso, dá-me vontade de, qual Zeca Afonso, pegar na trouxa e zarpar deste torpe país, onde abundam mentes desta natureza. Acho impressionante como há pessoas que preferem a certeza do mal, à incerteza. O velho chavão de que «eles são ruins, mas os outros se calhar são piores» atesta que este país está cheio de gente cuja cabeça facilmente se trocavam pela de um asno, em claro prejuízo deste!

Eu não posso acreditar que vivo num país, em vias de extinção, onde a um mês das eleições já se sabe o seu resultado, como se fosse utópico o PQANML (Partido Que Agora Não Me Lembro) ganhar com 100 % dos votos se toda a gente votasse nele! Não! Nem pensar nisso! O país está podre. As Instituições democráticas estão podres. A justiça podre. A educação apodrecida… tudo é podridão, mas, de sorriso no rosto, o zé portuga, vota PS ou PSD, únicos partidos de poder desde o 25 de Abril. É aqui que os media se movimentam no seu jogo sujo de moldar as pobres mentes. É como os jornais desportivos que ocupam metade da edição a falar no Benfica para vender! Os media dão horas a fio de tempo de antena aos ditos grandes partidos para que a populaça os assimile bem, nem que seja por exaustão. Os media gostam de Sócrates por dois motivos; porque adoram tragédias e porque não são alvos da sua política criminosa!

Também não aceito a treta do voto útil. Isso é um preconceito que os do costume agradecem, pois diz a matemática que ganha quem tem mais votos e se o PQANML tiver 50% mais um, é governo. Todos os votos são úteis, portanto, e são-no ainda mais se forem contra os cadáveres políticos vivos que estão agarrados à teta do poder como uma ostra à rocha e sabem que podem contar com a pobreza do povo, até daqueles que tratam mal a mãe dos políticos, mas atulham-se aos empurrões para tocar nos «Deuses» quando estes vêm à feira!

O país não é o que Sócrates diz. O país é o que Sócrates quis! Esta crise política mais não é do que a consequência da forma ardilosa (aliás ele de engenheiro tem apenas o engenho de ludibriar os papalvos) com que geriu os PECs. Sabendo desde logo do chumbo do PEC4 (agora imposto pelo FMI), apressou-se a demitir-se iludindo o povinho que a partir dali a culpa era da oposição, mas mais se apressou a chamar o FMI, esventrado a pouca soberania que nos resta. É como dizer: «Venham cá limpar a porcaria que eu fiz mas por culpa da oposição». Só um dos maiores mentecaptos da História de Portugal, um criminoso como lhe chama Medina Carreira, como Sócrates de tal seria capaz, e apresenta-se, porém, a votos, com aquele ar de quem nada deve mas a quem tudo de bom se deve! E as pessoas votam nele!

Hoje mesmo as sondagens dão o PS na frente. Se este PS ganhar estas eleições, Portugal ficará de luto e meio país desejará emigrar, nunca percebendo como é que um país se deixa prostrar aos pés de um déspota desta envergadura. Eu, por certo não emigrarei, mas acreditem que o nojo que, de há 20 anos para cá, vai aumentando por ostentar a triste chancela de ser português, talvez se transforme numa mudança de vida, para me sentir bem neste  pobre país: deixarei de trabalhar e pagar impostos para que o Estado me sustente com o rendimento mínimo,  alistar-me-ei numa claque de futebol, arrumarei, quem sabe, uns carritos, arrancarei metade dos dentes e colarei uns cartazes do PS, dizendo que José Sócrates é o meu pai! Aí sim, sentir-me-ei um orgulhoso português!

Conclusão: apetece-me vomitar quando penso em políticos neste país, mas o maior nojo que sinto é pertencer a uma sociedade que, eivada de uma pimbalhice generalizada, os perpetua e legitima no poder. Em suma, cada povo tem o que merece e nós merecemos estes políticos!

Apelo, pois, valendo isto o que vale, que no dia 5 de Junho nada seja justificação para não votar; que seja a maior afluência de sempre e que apenas uma coisa esteja nas vossas cabeças quando votarem seja em que partido for: será que eu quero que estes políticos continuem a comandar o meu país e o dos meus filhos?

No fim de pensarem nisso durante uma hora, então coloquem a cruz.

Paulo Carvalho





DOIS DOS MAIS BRILHANTES JORNALISTAS PORTUGUESES ASSIM FALAM…

10 02 2009

crespo1

Está bem… façamos de conta!

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo. Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das “melhores posições no Mundo” para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o “Magalhães” é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que “quem se mete com o PS leva”. Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de “malhar na Direita” (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por “onde é que eu ia começar” a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a “falta de liberdade”. E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

Mário Crespo

clara1

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um
público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA – mas não de construção económica – aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a “prostituir-se” na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres
forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os
despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a
criação das Novas Oportunidades.

Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.

Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do
secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo “normal” e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em
permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é
definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso
Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o
que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a
verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são “abafadas”, como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a
naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande
empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos?

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?

Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?

Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?

As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a
Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente “importante” estava envolvida, o que
aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente “importante”, jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?


E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua
filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda,
muda, coxa e marreca.


Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.

Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.


Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os “senhores importantes” que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.


Este é o maior fracasso da democracia portuguesa!

Clara Ferreira Alves





A ISTO CHAMA-SE… FALAR PARA UM ESPELHO!

22 01 2009

Vejam este video de há uns anitos atrás, transportem-no para hoje e digam lá se este senhor não está a falar para um espelho!!!





MUDAM-SE OS TEMPOS… MUDA-SE A GENÉTICA!!!

19 01 2009

osmiudosdehoje-4





MAIS UM TEXTO GENIAL DE R.A.P.

16 01 2009

Boca do Inferno – Ricardo Araújo Pereira Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

Opinião

O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto

Julgo que a opinião da directora da DREN, Margarida Moreira, segundo a qual a ameaça a uma professora com uma arma de plástico foi uma brincadeira de mau gosto, é uma brincadeira de mau gosto. Mais uma vez se prova que a crítica de cinema é extremamente subjectiva. Eu também vi o filme no YouTube e não dei pela brincadeira de mau gosto. Vi dois ou três encapuzados rodearem uma professora e, enquanto um ergue os punhos e saltita junto dela, imitando um pugilista em combate, outro aponta-lhe uma arma e pergunta: «E agora, vai dar-me positiva ou não?» Na qualidade de apreciador de brincadeiras de mau gosto, fiquei bastante desapontado por não ter detectado esta antes da ajuda de Margarida Moreira. Vejo-me então forçado a dizer, em defesa das brincadeiras de mau gosto, que, no meu entendimento, as brincadeiras de mau gosto têm duas características encantadoras: primeiro, são brincadeiras; segundo, são de mau gosto. Brincar é saudável, e o mau gosto tem sido muito subvalorizado. No entanto, aquilo que o filme captado na escola do Cerco mostra aproxima-se mais do crime do que da brincadeira. E os crimes, pensava eu, não são de bom-gosto nem de mau gosto. Para mim, estavam um pouco para além disso – o que é, aliás, uma das características encantadoras dos crimes. Se, como diz Margarida Moreira, o que se vê no vídeo se enquadra no âmbito da brincadeira de mau gosto, creio que acaba de se abrir todo um novo domínio de actividade para milhares de brincalhões que, até hoje, estavam convencidos, tal como eu, que o resultado de uma brincadeira é ligeiramente diferente do efeito que puxar de uma arma, mesmo falsa, no Bairro do Cerco, produz.

O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto. Trata-se da mesma directora que suspendeu o professor Fernando Charrua por, numa conversa privada, ele ter feito um comentário desagradável, ou até insultuoso, sobre o primeiro-ministro. Ora, eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma de plástico a um professor, mas quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, sobre o primeiro-ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, está claro que preciso de arranjar urgentemente novos amigos.





DESABAFO DE UM AÇOREANO (e de…9500000 portugueses)

10 01 2009

A CORJA

O actual sistema político português tem sido desolador. Pela improdutividade, pelo descontrole do seu próprio funcionamento e pelos abusos a que tem dado origem.
Aproveitando-se da índole pacífica dum povo inculto, adormecido por 40 anos de ditadura e exausto por uma prolongada guerra colonial, os chamados “democratas” apoderaram-se das instituições políticas do país, manipulando-as a seu belo prazer e cometendo os mesmos abusos, senão mais e maiores, dos que foram cometidos durante a ditadura e que tão criticados foram enquanto eram oposição. Criaram-se Ministros, não só sem pasta, mas sem conta, Secretários de Estado “a granel”, centenas de lugares de deputados, pagos a peso de ouro, inúmeros lugares de assessores, secretárias, motoristas, etc.
Se isso se sente ao nível do país
que dizer dos governos regionais. Criou-se uma pesadíssima máquina administrativa que absorve grande parte dos orçamentos regionais, para satisfação duma classe política voraz. O que dantes se resolvia com três Governadores Civis, três Presidentes de Juntas Gerais e meia dúzia de funcionários, necessita agora de inúmeros Secretários Regionais, um sem número Directores Regionais, assessores, secretárias, motoristas a perder de vista, e automóveis. Muitos e bons automóveis. Também se criou um exagerado número de deputados que reúnem pouco e que são completamente desnecessários, pelo menos da maneira que funcionam, mas cujos lugares são necessários para eles mesmos.
Todas as vezes que muda um governo mudam-se centenas de administradores de empresas públicas que outra qualificação não têm do que o cartão do partido no poder. E, dada a desafogada situação económica, renovam-se também, os Directores-Gerais, os assessores, as secretárias e a frota automóvel dos diferentes departamentos governamentais, com a desculpa de que são lugares de «confiança política»!
Creio que o vulgar cidadão tem dificuldade em entender o que são
lugares de «confiança política».Poderão ser da «conveniência dos políticos», mas seguramente não por razões técnicas. Não será o melhor gestor duma determinada empresa aquele que a desconhece por completo e que como curriculum só apresenta as credenciais partidárias. Percebe-se a intenção das nomeações para as empresas públicas dos políticos dispensados de funções governativas e que nada têm a ver com as referidas empresas. Por certo que não no interesse das empresas nem do país. Não seria lógico que houvesse nessas empresas uma carreira a que se teria acesso por concurso público e quem fosse tecnicamente melhor ocupasse os lugares? Assim seria num país civilizado e sério, mas em Portugal, com um regime afro-sul-americano, será nomeado o que for o mais subserviente ao PS, ao PPD ou ao CDS ou familiar dos seus dirigentes.
Quando o governo PSD substituiu o do PS e o acusou de delapidar erário quase levando o pais à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios, ouvimos um coro de protestos do PS acusando o Governo de irresponsabilidade porque isso iria diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros. Agora, invertido o cenário, assistimos ao PS a acusar o PSD de “delapidar erário quase levando o país à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios” mas já não se fala no prejuízo de “diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros”.
Nunca vemos, da parte de qualquer governo, a vontade de aproveitar uma ideia que lhe seja sugerida por um opositor. São invariavelmente chumbadas na Assembleia, quantas vezes com prejuízo do país, só porque não partiram da bancada da maioria!
Assistimos frequentemente a longos e inúteis debates, por questões quantas vezes fúteis, em que uma bancada ou o governo propõe determinada lei que já tinha sido proposta pela agora oposição e que esta longamente debate a inconveniência de tal legislação que, num passado recente, tinha ela própria proposto aos deputados!!!
As lutas partidárias tornaram-se tão estéreis e ridículas como as partidas de futebol, onde impera o clubismo, o dinheiro, obscuros interesses económicos e não o interesse desportivo. A Assembleia transformou-se também num campo desportivo, onde imperam os interesses pessoais e partidários em detrimento dos interesses do país.
O deputado pode matar, roubar, ser pedófilo, etc., que está protegido pela tutelar Assembleia! Tem direito à impunidade!
Ao deputado é permitido, dada a situação de desafogo económico do país, viajar em 1ª classe e subdividir as passagens para levar a família, a amiga e o gatinho. E ter ajudas de custo! Já não é ilegal porque o Dr. Mota Amaral propôs e permitiu a legalização da trafulhice.
Aos políticos e aos administradores das empresas públicas são concedidas benesses que ao comum dos portugueses são negadas. Basta-lhes estarem sentados durante doze anos – e às vezes nem isso – sem produzir rigorosamente nada, para ter direito a uma choruda pensão vitalícia!
Os ministros permitem-se o gozo de férias, quatro meses após o início de funções!!! O que não é permitido ao comum dos portugueses. Mas falam em acabar nos privilégios dos políticos…
Assistimos, já com indiferença, aos políticos prometerem a lua durante as campanhas eleitorais para depois de eleitos esquecerem as promessas que fizeram e com as quais conquistaram o eleitorado. Na vida civil chama-se a isso “publicidade enganosa” e os prevaricadores, se não tiverem “cunhas”, são habitualmente punidos. Ao político, como não é responsável, tudo é permitido. É inimputável! O que para o comum dos cidadãos não é um adjectivo lisonjeiro.
Já ninguém acredita nos benefícios da subida dos impostos e do aumento dos investimentos públicos. Sabe-se, por experiência, que o aumento dos impostos vai servir para aumentar a classe política e alimentar as benesses que ela se atribui. Sabe-se, também por experiência, que os custos dos investimentos públicos “derrapam” sempre para benefício de quem os promove e não para benefício dos seus destinatários.
No Orçamento Regional de 2008 a verba atribuída à ALRA é de 10.412.606 €. Esta enorme despesa significa 200.242 €uros por deputado que no próximo ano aumentará ainda!! São 40.500 contos por cada um destes inúteis, fora seguramente as chorudas pensões de reforma conseguidas, não pelo seu mérito mas pela subserviência ao seu chefe partidário, em apenas doze anos de preguiça!
Recentemente foi eleito um jovem deputado, creio que ainda estudante universitário, cujo único mérito conhecido é o de ser filho do Presidente do Governo. Assim aos trinta e poucos anos terá direito a uma choruda pensão de reforma sem necessidade de trabalhar ou de ter preocupações! Seguramente que lá está para defender os interesses do povo…
Ser-se deputado deixou de ser uma função. Passou a ser uma profissão. Numerosa, bem paga e com direito a chorudas pensões vitalícias. Os deputados nos Açores são 52 para uma população de 241.763 habitantes. A manter-se uma proporção Lisboa deveria ter 2.150, os Estados Unidos 63.026 e a China 276.811 deputados. Alguns puristas, ainda assim, acham que temos poucos deputados.
As despesas da Assembleia da República foram de 109.818.630 €uros (22 milhões de contos) !!!!!! Dividindo pelos 230 vorazes e inúteis deputados temos uma despesa de 477.472 € (95.724 contos!!!) por cada um dos elementos desta corja.
A inacreditável reabilitação de Salazar e do Estado Novo, 40 anos após a sua morte, deve-se unicamente à conduta política e podridão destes “democratas” que se apoderaram do poder para se servirem a si e aos seus, transformando o próprio Estado no maior ladrão e caloteiro que o país conhece, muitas vezes a coberto da lei que eles próprios inventaram. Salazar, com todos os seus reconhecidos defeitos, nunca beneficiou a família ou a si próprio com benesses e privilégios monetários escandalosos.
Sendo um ditador quem o impediria de o ter feito? Não o fez simplesmente porque era honesto. Não era democrata e não o escondia. Talvez menos pelo sistema em si, mas porque conhecia demasiado bem os nossos “democratas”. Encobriu escândalos? Seguramente. Mas hoje a transparência democrática também o faz, quando não consegue através da inoperante justiça ilibar os criminosos.
São os casos de óbvio enriquecimento dos detentores de cargos políticos sem que ninguém cuide de investigar como e porquê. São os casos dos faxes de Macau, da Casa Pia, dos McCann, das viagens fantasmas dos deputados, dos Isaltinos, dos Valentins, das Fátimas Felgueiras, das derrapagens nas obras públicas, etc, etc, etc,.
A negligência demonstrada enquanto detentores de cargos de responsabilidade, pagos a peso de ouro pelos miseráveis contribuintes, é premiada com o encobrimento quando não com a promoção. São disso exemplo os casos recentes dos gestores da CGD e do Banco de Portugal.
A Democracia deixou de ser um objectivo e uma atitude perante a vida, para se tornar num álibi. Para se ser democrata não é só preciso ser-se eleito. É imprescindível ter uma mentalidade e comportamento democrático, que definitivamente não encontramos nos nossos políticos. Tudo é permitido porque afinal são democratas e dizem defender o povo e o país. Como é óbvio…
Para um país miserável, falido, sem indústria e sem agricultura, com 500.000 desempregados, tecnicamente em recessão e com 334 mil pessoas recebem rendimento social de inserção, fonte de inaceitáveis e injustificáveis abusos, é escandaloso este estado de coisas.
Antigamente obrigavam-nos a pertencer à Mocidade Portuguesa. Agora obrigam-nos a subvencionar os partidos políticos, quer queiramos quer não, quer acreditemos neles ou não, quando numa verdadeira democracia deveriam ser os seus militantes a fazê-lo voluntariamente. Mal estaremos nós se tivermos de subsidiar todas as agremiações e empresas que se revelem improdutivas e não rentáveis, só para benefício dos insaciáveis que vorazmente se alimentam da política.
Já não surpreende ninguém, nem os próprios políticos,
a cada vez mais elevada abstenção nos actos eleitorais. A meteorologia tem servido como explicação encontrada para justificar o desinteresse. Se há chuva é essa a razão porque os eleitores ficam em casa. Se faz sol é porque foram para a praia. Se está ameno será porque foram passear. Nunca pelo desencantamento, desinteresse e até revolta.
Votar em quem? E para quê? Só pelo simples prazer de mudar de embusteiro e colaborar com esta corja? Não vale a pena…





Mais uma pérola do RAP

10 01 2009

A crise está em crise


A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado
Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.
De acordo com os especialistas – e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível – Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado.
O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.
A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins.  Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado.

É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades.

Ricardo Araújo Pereira





GRANDES MENTES DA HISTÓRIA

8 11 2008

mente





best of RICARDO ARAÚJO PEREIRA

5 11 2008

A banca nacionalizou o Governo

A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada
 Quando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio. Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros. De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise. Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior. Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.

Ricardo Araújo Pereira

in Público, 16 Out 2008





CURTO, DURO E TRISTEMENTE VERDADEIRO

29 10 2008

Vais ter relações sexuais?
O governo dá preservativo

Já tiveste?
O governo dá a pílula do dia seguinte.

Engravidaste?
O governo dá o aborto.

Tiveste filho?
O governo dá o Abono de Família.

Estás desempregado?
O governo dá o Subsídio de Desemprego.

És drogado?
O governo dá seringas.

És ladrão?
O governo dá cama, mesa e roupa lavada durante os dois dias de prisão.

Não gostas de trabalhar?
O governo dá rendimento mínimo garantido!

AGORA…
Experimenta estudar, trabalhar, produzir e andar na linha pra ver o que acontece!!!

VAIS GANHAR UMA BOLSA DE IMPOSTOS E SERÁS PERSEGUIDO E CASTIGADO POR SERES UM CIDADÃO DECENTE E DIGNO!

PARABÉNS ESTÚPIDO!!!

Postado por Paulo Carvalho





BELO CARTOON DOS SINAIS DOS TEMPOS

10 10 2008





TEXTO FILOSÓFICO SOBERBO!

26 09 2008

Não resisto a transcrever aqui um maravilhoso texto que um grande amigo me enviou. Vem a propósito, numa época em que andamos todos socialmente deprimidos e alguns, como é o meu caso, vivem alguma turbulência psicológica fruto de uma vida algo asfixiante que hoje se vive, em que é difícil tomar decisões.

É assim:

Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que ‘sim’.
O professor tomou então uma caixa de fósforos e a vazou dentro do frasco. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que ‘Sim’.
Logo, o professor pegou uma caixa de areia e a vazou dentro do frasco.
Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um ‘Sim’ retumbante.
O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:
“Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes, a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdessemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Prestem atenção às coisas que
realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é só areia.”
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou:  Então e o que representa o café? O professor sorriu e disse: “Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que por mais ocupada que a vossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo”.

Pensem nisto!

Um abraço





Convite

24 09 2008

É com enorme prazer e orgulho, pois afinal não é todos os dias que temos escritores reconhecidos no nosso rol de amigos, que aqui divulgo o convite que o meu querido amigo e colega de curso, António José Martins, está a fazer para assistirem ao lançamento do seu mais recente livro, e que será na FNAC de Viseu no dia 4 de Outubro.

Um abraço ao Tó-zé e não se esqueçam de aparecer





DECIDIDAMENTE… UMA DAS FRASES DO SÉCULO!

31 07 2008

 

Querido filho, estás a cometer no Iraque o mesmo erro que eu cometi com a tua mãe:

não retirei a tempo!!!





A FACHADA DE UM PAÍS À BEIRA DO CAOS

30 07 2008

Eis um texto que me enviaram e que, pela sua pertinência, aqui deixo para reflexão.

Este é o pensamento político que temos:

·        Estádios de futebol, hoje às moscas,

·        TGV,

·        novo aeroporto,

·        nova ponte,

·        auto-estradas onde bastavam estradas com bom piso,

·        etc. etc.

 

 A quem na verdade serve tudo isto? 

 

LEIAM AS LINHAS SEGUINTES E PENSEM A QUEM VAI SERVIR O TGV … 

1.      AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO, 

2.      ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS E …CLARO,

3.      AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA …

OS PORTUGUESES FICARÃO – UMA VEZ MAIS – ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS

 

POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA!

 

Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio.

 

Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos ‘Alfa’ por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros.

 

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.

 

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.

 

Se não os conhecesse bem, perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.

 

A resposta está na excelência das suas escolas,

·        na qualidade do seu Ensino Superior,

·        nos seus museus e escolas de arte,

·        nas creches e jardins-de-infância em cada esquina,

·        nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.

 

Percebe-se bem porque não 

·        construíram estádios de futebol desnecessários,

·        constroem aeroportos em cima de pântanos,

·        nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

 

O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro,competitivo com o transporte aéreo.

 

É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos).

 

É por razões de sensatez que não o encontramos 

·        na Noruega,

·        na Suécia,

·        na Holanda

·        e em muitos outros países ricos.

 

Tirar 20 ou 30 minutos ao ‘Alfa’ Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País.

 

Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.

 

Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se: 

 

– 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);

 

– mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma);

 

 – mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um).

 

E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

 

Cabe ao Governo reflectir.

 

Cabe à Oposição contrapor.

 

Cabe-nos a nós, cidadãos, participar e mostrar a nossa indignação!





SÓCRATES NO PAÍS DAS MARAVILHAS!

28 07 2008

Não posso deixar de aqui postar este artigo do Mário Crespo. Pode ser que ele seja uma gota de água para fazer corar a quadrilha que governa este país.

Limpeza étnica

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. ‘Perdi tudo!’ ‘O que é que perdeu?’ perguntou-lhe um repórter.
‘Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem…’ Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte. A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga ‘quatro ou cinco euros de renda mensal’ pelas habitações camarárias. Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que ‘até a TV e a playstation das crianças’ lhe tinham roubado. Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul. É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam ‘quatro ou cinco Euros de renda’ à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo. É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a ‘quatro ou cinco euros mensais’ lhes sejam dados em zonas ‘onde não haja pretos’. Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade. O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso – ‘ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos.’ A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil. Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor.

Mário Crespo – Artigo publicado no JN





AFINAL… QUE COISA BANAL, TRATANDO-SE DE PORTUGAL!!!

9 07 2008

Como este Portugalito, há muito bateu no fundo, ou melhor, os políticos e a cultura do zé povo assim o permitiram, coisas que em países decentes seriam um atentado de lesa pátria, ainda por cima tratando-se de uma empresa pública, nesta espécie de país damo-nos ao luxo de ser tapeados da forma mais descarada e vil. Vejam o que a esmola do abaixamento de 1% no IVA faz em empresas como a GALP. Se assim não fosse, como poderiam pagar os míseros salários da administração.

Mas que triste fado o deste povo!

PQP… é o que me apraz dizer a essa gentalha toda.





PALAVRA DE SÓCRATES… (glória a vós, senhor!)

8 07 2008

Eis as palavras de José Sócrates em campanha eleitoral:
—-

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

3 anos após ser eleito, José Sócrates é coerente e mantém as palavras anteriores, apenas com uma simples diferença: AS FRASES SÃO DITAS DE BAIXO PARA CIMA

Nota: O texto não é meu, mas considero-o um excelente exemplo de engenho e criatividade linguísticos, com nítidos contornos de realidade!

Paulo Carvalho





Pedido de ajuda

24 06 2008

Amigos:

Uma das pessoas que frequenta este meu espaço (Sónia Pessoa) tem um blog muito interessante do qual se serve para publicar os contos infantis que apaixonadamente escreve, mas que nehuma editora ainda se mostrou interessada em publicar. Agora que decidiu fazer edições de autor, está a pedir a ajuda para encontrar um ilustrador que queira participar no projecto.

Vejam em: http://oslivrosqueninguemquisdaraler.wordpress.com/

Paulo Carvalho





ALGUÉM ME EXPLICA O QUE SE ESTÁ A PASSAR???

12 06 2008

Eu também gosto de futebol!

Eu também vibrei com os golos do Deco, do Ronaldo e do Quaresma!

Eu também acho que a Selecção Nacional está a ter um óptimo desempenho no Euro2008!

Agora expliquem-me o seguinte:

Então eu vejo um país inteiro a babar-se de orgulho futebolístico, milhares de bandeiras nas janelas e varandas (muito menos que há dois anos, se calhar pela mesma razão que não coloquei a minha) um rejúbilo patriótico como se da maior nação do mundo se tratasse, gente aos magotes em desvario completo a gritar o nome de Portugal como se dele se orgulhasse, gente a limpar lágrimas de contentamento com a bandeira nacional e…

…e hoje mesmo no final do jogo fui a um hipermercado e…

…e pela primeira vez em 38 anos de vida, são-me vedados bens de primeira necessidade, fruta e legumes frescos, prateleiras vazias, qual país do corno de África, e dizem-me que ainda será pior daqui a uns dias, para me ir preparando para o racionamento geral!!!

O país está literalmente parado, não há combustíveis, os euros fogem-nos das mãos que nem enguias…

…e vejo milhares de pessoas a abanarem o maior símbolo da nação tuga a fervilhar de emoção e alegria de tão nobre sangue lusitano possuírem nas veias???

De duas, uma:

Ou este fenómeno do futebol ultrapassa tudo o que, de limite, uma mente sã e ajuizada pode imaginar, ou eu estou, de facto, a ficar louco!

Acho mesmo que é a 2ª hipótese mas eu também acho que a Selecção Nacional está a ter um óptimo desempenho no Euro2008!

Paulo Carvalho





HUMOR EM TEMPOS DIFÍCEIS

28 05 2008

Chegam-me centenas de coisas por dia, tenho o mail entupido, vou arquivando, e do pouco que tenho tempo para ler, por vezes de tão exausto, muito poucos me provocam reacções, deja de riso ou de indignação. Mas há aqueles que deixam marca e quero partilhar dois momentos de humor que me fizeram rir. O Powerpoint, achei de um refinadíssimo e actual humor. O cartoon é uma ode à criatividade, apesar de representar uma situação que dá mais para chorar que rir.  

Eis o ppt: desempregado

 

Agora, digam lá que não está um cartoon fantástico?





COITADO DELE!

24 05 2008

É unânime que um tal de Sócrates ( o tuga e não o grego ) tem dom de palavra e é com alguma facilidade de discurso (ainda que quase sempre oco) que riposta à oposição, vencendo nos aplausos, pois a papalvice domina o parlamento, fruto dessa aberração denominada maioria absoluta!

Eis senão quando num destes dias, perante uma investida de Francisco Loucã em pleno debate parlamentar, esse tal de Sócrates, no meio de outras patacoadas, lhe profere esta pérola: «O Sr. deputado não tem currículum nem idade para….»

Meus amigos, esta é daquelas situações que, se eu pudesse, esmurrava-lhe aquela cara de pau até à exaustão, pois ódio começa a ser pouco para definir o que sinto por tal espécimen!

Mas já comprei um saco destes para me aliviar:

Reparem:

Ambos têm exactamente a mesma idade (nascidos em 1957). Quanto a currículum a coisa também é «parecida» querem ver?

SÓCRATES: sabe-se que é engenheiro civil tirado na Universidade Independente, ainda sob suspeita de ilegalidades. Que assinava como Engenheiro quando era Engenheiro-Técnico. Que elaborou ou pelo menos assinou uns projectos de habitação caricatos. Que a sua actividade política se deu com o 25 de Abril na JSD/PSD e depois no PS como deputado e como governante.

F. LOUCÃ:

Actividade política:

*Louçã, nasceu em 12 de Novembro de 1956. Participou na luta contra a Ditadura e a Guerra no movimento estudantil dos anos setenta, foi preso em Dezembro de 1972 com apenas 16 anos e libertado de Caxias sob caução, aderindo à LCI/PSR em 1972 e em 1999 fundou o Bloco de Esquerda. Foi eleito deputado em 1999 e reeleito em 2002 e 2005. É membro das comissões de economia e finanças e antes comissão de liberdades, direitos e garantias. Foi candidato presidencial em 2006.

Actividades académicas:
Frequentou a escola em Lisboa no Liceu Padre António Vieira (prémio Sagres para os melhores alunos do país), o Instituto Superior de Economia (prémio Banco de Portugal para o melhor aluno de economia), onde ainda fez o mestrado (prémio JNICT para o melhor aluno) e onde concluiu o doutoramento em 1996.
Em 1999 fez as provas de agregação (aprovação por unanimidade) e em 2004 venceu o concurso para Professor Associado, ainda por unanimidade do júri. É professor no ISEG (Universidade Técnica de Lisboa), onde tem continuado a dar aulas e onde preside a um dos centros de investigação científica (Unidade de Estudos sobre a Complexidade na Economia).
Recebeu em 1999 o prémio da History of Economics Association para o melhor artigo publicado em revista científica internacional. É membro da American Association of Economists e de outras associações internacionais, tendo tido posições de direcção em algumas; membro do conselho editorial de revistas científicas em Inglaterra, Brasil e Portugal; “referee” para algumas das principais revistas científicas internacionais (American Economic Review, Economic Journal, Journal of Economic Literature, Cambridge Journal of Economics, Metroeconomica, History of Political Economy, Journal of Evolutionary Economics, etc.).
Foi professor visitante na Universidade de Utrecht e apresentou conferências nos EUA, Inglaterra, França, Itália, Grécia, Brasil, Venezuela, Noruega, Alemanha, Suíça, Polónia, Holanda, Dinamarca, Espanha.
Publicou artigos em revistas internacionais de referência em economia e física teórica e é um dos economistas portugueses com mais livros e artigos publicados (traduções em inglês, francês, alemão, italiano, russo, turco, espanhol, japonês).
Em 2005, foi convidado pelo Banco Mundial para participar com quatro outros economistas, incluindo um Prémio Nobel, numa conferência científica em Pequim, foi desconvidado por pressão directa do governo chinês alegando razões políticas.
Terminou em Agosto um livro sobre “The Years of High Econometrics” que será publicado brevemente nos EUA e em Inglaterra.
Obras publicadas:
Ensaios políticos
Ensaio para uma Revolução (1984, Edição CM)
Herança Tricolor (1989, Edição Cotovia)
A Maldição de Midas – A Cultura do Capitalismo Tardio (1994, Edição Cotovia)
A Guerra Infinita, com Jorge Costa (Edições Afrontamento, 2003)
A Globalização Armada – As Aventuras de George W. Bush na Babilónia, com Jorge Costa (Edições Afrontamento, 2004)
Ensaio Geral – Passado e Futuro do 25 de Abril, co-editor com Fernando Rosas (Edições D. Quixote, 2004)
Livros de Economia
Turbulence in Economics (edição Edward Elgar, Inglaterra e EUA, 1997), traduzido como Turbulência na Economia (edição Afrontamento, 1997)
The Foundations of Long Wave Theory, com Jan Reinjders, da Universidade de Utrecht (edição Elgar, 1999), dois volumes
Perspectives on Complexity in Economics, editor, 1999 (Lisboa: UECE-ISEG)
Is Economics an Evolutionary Science?, com Mark Perlman, Universidade de Pittsburgh (edição Elgar, 2000)
Coisas da Mecânica Misteriosa (Afrontamento, 1999)
Introdução à Macroeconomia, com João Ferreira do Amaral, G. Caetano, S. Santos, Mº C. Ferreira, E. Fontainha (Escolar Editora, 2002)
As Time Goes By, com Chris Freeman (2001 e 2002, Oxford University Press, Inglaterra e EUA); já traduzido para português (Ciclos e Crises no Capitalismo Global – Das revoluções industriais à revolução da informação, edições Afrontamento, 2004) e chinês (Edições Universitárias de Pequim, 2005)

fonte: wikipedia

COITADITO DO RAPAZ!!!





A INDIGNAÇÃO PROLIFERA MAS RESVALA NA CARAPAÇA DA INDIFERENÇA DOS POLÍTICOS, PR INCLUÍDO

23 05 2008

O conhecido advogado José Maria Martins escreveu esta carta ao Presidente da República. Acreditem que o que mais me impressiona é que cidadãos que vivem bem acima da média dos portugueses (tal como advogados e outros profissionais bem pagos) já sentem e escrevem coisas destas! Não tarda muito e o José Mourinho começa a queixar-se!!!…

Exmº Senhor
Prof. Cavaco Silva
Presidente da República Portuguesa

Excelência

José Maria de Jesus Martins, cidadão português, advogado, com
domicilio profissional na Av. Defensores de Chaves, 15 , 3º A,
1000-109 Lisboa, toma a liberdade de junto de V. Exª manifestar o
seguinte:

1 – O jornal “Diário Económico” ,edição de hoje dia 29 de Abril de
2008, noticia , na primeira página, o seguinte:

” Estónia e Eslováquiva vão ser mais ricos que Portugal”. “A economia
portuguesa vai crescer menos em 2008 e 2009. Mesmo assim estará melhor
que a média da Zona Euro mas perde na União Europeia a vinte e sete.
“.

Como V. Exª sabe, até porque tem obrigação de saber, Portugal definha.
Hoje Portugal na União Europeia vai sendo ultrapassado por todos os
Estados Membros.

Em Portugal já há fome. As políticas de emprego são ineficazes. os
portugueses vivem cada vez mais nas margens dos melhores padrões de
vida da UE.

O Governo Português está a levar Portugal para a miséria, para a
vergonha de sermos piores que todos os outros.

Antes, nas décadas de 1960, 1970 e até 1985 os motivos indicados para
o declíneo de Portugal eram a ditadura, o fascismo.

Hoje, Portugal recebe todos os dias milhões de euros de ajudas da UE e
milhões de euros vindos dos emigrantes.

Portugal emagrece, os portugueses já não têm um sistema de saúde que
os proteja, emprego não há, as malas de cartão voltaram em força.

A emigração é a grande válvula de escape para o Governo afirmar que há
menos desemprego, quando afinal o que se passa é que os portugueses
que perderam o emprego nas fábricas emigram, os portugueses que embora
possuam uma licenciatura emigram, porque não têm meios de vida.

Onde e como foram aplicadas as ajudas da União Europeia?

Senhor Presidente, V. Exª não pode desconhecer que na União Europeia
Portugal caminha a passos largos para ser o último. E o último no que
diz respeito aos indices de crescimento, à criação de emprego, aos
padrões de nível de vida.

O Interior está cada vez mais desertificado. O Interior vai ficar sem
os mais velhos porque nem estes já têm estruturas de saúde para os
apoiar na velhice.

A classe política tem delapidado Portugal.

V. Exª não pode fechar os olhos a esta realidade.

Não temos Forças Armadas condignas. Andamos a enviar meia dúzia de
homens para a “cooperação” humanitária, sem meios e poder de fogo, o
que nos avilta, nos enfraquece.

V. Exª sabe que os portugueses estão desesperados. Famintos, sem norte.

Meia dúzia vive à tripa forra, manobram as riquezas nacionais. O resto
vive à rasca passando mal e sentindo que Portugal vai a caminho do
fim, sem influência no estrangeiro, sem rumo e sem norte.

A Lei de Gresham é também para ser aplicada aos membros do Partido
Socialista e não só a Santana Lopes.

Portugal não precisa de um monarca , porque é uma República. V. Exª
tem de tomar posição.

A resposta do Governo Português à noticia que a Estónia e a Eslováquia
vão ser mais ricos que Portugal, nada mais é que a materialização da
anedota que se conta da atitude e comportamento português cada vez que
um individuo cai de um prédio:

“Parte o braço direito, a perna esquerda e a perna direita, fractura o
crâneo e a bacia, e se diz”:Coitado, ainda teve sorte que não partiu o
braço esquerdo!”.

Quo Vadis Portugal?

Qual o Político Português que tem cara para junto dos órgãos da União
Europeia justificar esta miséria?

V. Exª deve ponderar qual a intervenção que deve ter. E intervenção
junto do Governo.O PR não pode calar. Ou então não tem razão de ser.

Não tarda que Cabo Verde , o Zimbabwe, o Burundi , o Mali, O Senegal,
o Equador, o Perú, tenham melhores níveis de vida que
Portugal.

V. Exª deve ponderar bem qual o papel do Presidente da República nesta
conjuntura. Algo tem der ser feito.

Esta miséria não tem justificação. Só a corrupção, o tráfico de
influências , o corporativismo, a incompetência dos políticos pode
justificar esta situação inqualificável, inadmissível.

Portugal está muito doente.

Os portugueses não compreendem o seu silêncio sobre esta realidade. Um
Presidente da República há-de servir para algo. E os portugueses não
sentem que sirva para os ajudar.

Cabe lembrar que em 1979 em artigo publicado , da minha autoria, no
jornal “Notícias de Évora” defendi que a Estónia , a Letónia e a
Lituânia, deveriam sair do jugo soviético.

Estes países hoje são mais desenvolvidods que Portugal!!!

Portugal caminha para graves convulsões sociais. Vamos sem rumo, sem
vergonha, dando um péssimo exemplo ao Mundo.

Nem com “toneladas” de euros que a União Europeia nos envia Portugal
cresce. Inqualificável!

Creia, Senhor Presidente da República, que tenho para mim que o PR
deveria ter tido outra posição quanto à questão da Universidade
Independente e a tudo o que a envolve, e não a posição que teve.

Digo-o, ao abrigo direito de livre opinião e expressão que a Convenção
Europeia dos Direitos do Homem me consagra.

Espero de V. Exª uma atitude, como esperam os portugueses, os jovens
da geração dos “500 euros” e os outros que já sentem vergonha deste
estado de coisas.

Com os meus respeitosos cumprimentos.

O cidadão Português
José Maria de Jesus Martins”





QUANDO DOIS SAPIENTES DESTES ASSIM FALAM…

19 05 2008

O ranço Salazarista  (por Batista Bastos)

 

Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos. Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.

 

Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d’alma: são, também, dores físicas.

 

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz – os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.

 

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: ‘Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.’

 

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.

 

Prepara-se (preparam os ‘socialistas modernos’ de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E o primeiro-ministro, naquela despudorada ‘entrevista’ à SIC, declama que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrerem nos jardins, com reformas de não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.

 

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.

 

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

 

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.

 

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.

 

Baptista Bastos

b.bastos@netcabo.pt





MAIS UM DIA DE RAIVA!!!

6 05 2008

 

Não que a notícia fosse uma novidade para mim ou para alguém! Não que em minha casa a TVI seja muito vista, pelo menos por mim! Não que até seja um hábito esta Estação fazer reportagens com repórteres que deixam a opinião vencer a isenção!

Mas neste caso acho que nenhum ser humano com uma pontinha de sensatez seria capaz de fazer uma reportagem sobre mais uma das vergonhosas realidades portuguesas e, a certa altura, não mostrar indignação contra tal brutalidade!

A TVI presenteou-nos hoje, no seu «Repórter TVI» com uma brilhante e incisiva reportagem sobre mais um dos cancros sociais deste belo país: as operações oftalmológicas, ou melhor, a ausência delas! Eu que até estava a acabar de jantar, comecei a tomar atenção ao programa e não é que o franguito começou a querer «regressar ao prato»?

Eu já suspeitava, pois suspeição é uma das poucas palavras que se vão podendo dizer em Portugal, que as vergonhosas listas de espera mais não eram que uma consequência do conluio da classe médica e da complacência política, mas depois do que vi e ouvi dá-me vontade de assassinar este país!

Vejam só mais dúzia de coisas que ouvi:

Uma operação às cataratas dura 8 a 10 minutos (não é engano meu, são mesmo OITO minutos); Essa simples intervenção faz «APENAS» com que um ser humano passe de quase cego a ter uma visão quase perfeita; Essa operação em Portugal custa 4 a 5 anos de agonia ou então entre 1800 a 2500 euros numa luxuosa clínica privada; Essa operação pode facilmente ser feita em Portugal em qualquer dos mais de 50 centros hospitalares públicos com condições para tal, mas NÃO! Não é feita!

Com apoio de familiares e de autarcas com coração, esses seres humanos vão a Mérida, Badajoz ou mesmo Cuba (essa ditadurazita que é um apêndice ao pé deste grandioso e justo país chamado Portugal) e a troco de menos de 800 euros, uma curta viagem ao lado de lá da fronteira, ou longa, mas com a mais-valia de uns laivos de turismo transatlântico numa tão apreciada viagem às Caraíbas, esses seres humanos entregam-se nas mãos de outros seres humanos, de outra nacionalidade, outra cultura, outros credos, quiçá, mas com duas simples coisinhas de nome sensibilidade e compaixão por quem sofre; que maior prazer, pensarão eles, pode haver do que tirar o sofrimento a alguém, exercendo apenas a nossa profissão e sendo justamente pago para tal?

Mas em Portugal, meus senhores, não é assim!

Em Portugal ser médico não é como em Espanha e Cuba! Em Portugal ser médico não é ter sido um aluno brilhante com 17 ou 18 de média e, depois do curso tirado, dedicar a vida a minimizar o sofrimento de quem lhes paga muito acima da média! Em Portugal, ser médico é ter sido um aluno sobredotado com média de 19 ou 20 e depois do curso tirado, passarem a fazer parte do clube dos intocáveis; o clube dos novos ricos; o clube dos carros de 100 000 euros; o clube daquilo que eles quiserem! Culpados? Claro que não! Bem hajam eles! Aliás basta reparar na postura do seu mais alto representante (a que chamam de Bastonário) que, perante as agudas investidas do jornalista, aludindo à vergonha, pouco mais fazia do que engolir em seco!

A culpa, essa mora noutras paragens!

A culpa mora num antro fétido e apodrecido, polvilhado de uma espécie perigosíssima de nome «POLÍTICOS»! Essa corja de alarves que se vão refastelando, coçando a pança uns dos outros e se estão bem nas tintas para o sofrimento de quem votou neles e lhes paga!

Por muito discernimento que um homem possa ter, a raiva apodera-se-nos do ego! Como é possível um governo passar insensível a uma coisa destas? Como é possível um governo não conseguir ter TOMATES (é mesmo isso!) para colocar o clube dos intocáveis no seu lugar? Querem privado? Força! Mas para o público apenas vem quem quer trabalhar ao serviço do povo e se não querem, baixamos os numerus clausus das faculdades e deixamos que os «fracos» alunos de 17 e 18 de média sejam médicos e ocupem os vossos lugares e o dos espanhóis, cubanos, ucranianos, etc!

Mas não, meus senhores! Os políticos continuam puras marionetas nas mãos do clube dos intocáveis que, segundo a reportagem, se dão ao luxo de coisas como esta: No Hospital de Faro, apenas o desgraçado do Oftalmologista chefe, que debaixo de toda a sua impotência falou à reportagem, resistiu ao vil metal do privado; todos os outros abandonaram. Até aqui nada de especial. Agora vejam isto: esses senhores que abandonaram associaram-se e apresentaram logo de seguida uma proposta ao hospital, para lá trabalharam segundo as suas exigências, regras e vencimentos, como que a dizer, se quiserem assim até podemos fazer mais umas operaçõezitas!

Belisquem-me por favor que eu não estou em mim!!!

Em nome do decoro, apesar dos utentes levarem por tabela, tal foi-lhes liminarmente negado! E aí andam eles nos seus BM’s todos catitas de consultório em consultório, arrancando o sebo aos desgraçados que sofrem!

Vivemos, pois, num país onde coisas destas são normais, onde um senhor do alto do palanque da Assembleia da República vomita politiquices ocas, com um coração desprovido de qualquer sensibilidade social, preferindo passar o tempo a agredir professores, por exemplo! Eu não concebo um ser humano que fica insensível ao ver um seu semelhante a lacrimejar de alegria porque há um mês já nem conseguia ver as mesas que durante 50 anos serviu e limpou e agora consegue ler as letras mais pequeninas do menu que dá aos fregueses! Tudo isto apenas porque foi a um país estrangeiro buscar uma felicidade por menos de metade do preço que ela custa no seu país ou lhe é simplesmente negada!

Isto, meus senhores, não é gente!

 

Com estas e outras, o meu discurso vai mudando! Não, eu não sinto mais vergonha de ser português! Eu vou sentindo cada vez mais NOJO de ser português!

 

Para finalizar, este powerpoint que se segue vem a mesmo a calhar. Reflictam!

clicar em tudomudou

 

 

Paulo Carvalho

 





CADA POVO TEM O QUE MERECE!!!

21 04 2008

Subscrevo este sinal, apesar de nunca ter votado PS; mas desta vez não só não vou votar PS como vou votar CONTRA o PS; aliás todos os portugueses deviam ter vergonha na cara e enxergarem um pouquinho à frente do nariz, pois à custa dos seus votos, comprados por um punhado de promessas que não passam de mentiras chapadas, continuam a vaguear na passerelle sempre as mesmas caras, sempre os mesmos cadáveres políticos.

 

O zé povinho tuga tem a memória muito curta e não se coíbe em idolatrar gente que, apenas porque Deus lhe deu uns dotes vocais que espicaçam a populaça, conseguem iludir os papalvos prometendo-lhes mel e dando-lhes fel. 

Expliquem-me, como se eu fosse muito burro, como é possível as pessoas serem desde há vários anos espezinhadas pelos políticos, a sua vida a andar para trás todos os dias, apesar desta fachada social em que vivemos, parecendo todos ricos, mas que na realidade somos de uma pobreza geral confrangedora, e na hora da verdade, na hora de julgar quem esteve no poder, parece que este povo ostenta orgulhosamente aquela expressão «quanto mais me bates mais eu gosto de ti» e, de duas uma, ou premeiam quem lá esteve, ou fazem lá voltar quem lá esteve anteriormente. É assim há décadas e parece-me que esta triste e incompreensível sina se vai manter.

Expliquem-me como se eu fosse muito burro, como é que o zé povo teima em perpetuar na sanguessuguisse política pessoas comprovadamente corruptas que se servem do Estado e não o oposto, que mandam apertar o cinto e auferem salários inacreditáveis, pagos pelos nossos impostos e num acto heróico demitem-se quando algo corre mal mas a ausência temporária apenas serve para darem um giro pelas cadeiras dos conselhos de administração de grandes empresas para, à sombra de salários ainda maiores, poderem calmamente reflectir sobre as borradas que fizeram e sobre as que farão quando o Zé povo os fizer voltar.

Estou neste preciso momento a ver um debate na RTP sobre o pantanal em que anda o PSD que se diz o maior partido da oposição e que já foi várias vezes governo; pois quem são as caras? Quem são? Sempre as mesmas. Sinceramente, estou-me nas tintas para a crise do PSD, agora preocupa-me na perspectiva que são vitórias sucessivas de José Sócrates que a seu bel-prazer, por detrás daquela carapaça de indiferença, vai enriquecendo uns poucos e dando cabo da vida a muitos.

Há uns dias, no meio de cem mil, confesso que senti um cheirinho de consolação e nos dias que se seguiram reparei que toda uma classe (finalmente unida) lutava pela sua dignidade e pelos seus legítimos direitos. Pois passado pouco tempo dou com um cenário de cachimbo da paz, com apertos de mão à mistura e com os nossos alegados representantes a cantarem vitória, quando afinal NADA de fundo e concreto conseguiram; adiaram o inevitável, mantendo-se todas as aberrações ministeriais.

Tudo isto faz da minha cabeça um turbilhão cuja reacção é esta desilusão que há muito proclamo enquanto professor, mas sobretudo enquanto cidadão; muito mais que os políticos, desilude-me este masoquismo social; o país está gravemente doente, todos os sectores estão de rastos, a crise internacional quando entra em Vilar Formoso sofre um processo de multiplicação brutal e aqui vivemos todos contentes neste vale de lágrimas a bater palmas aos políticos.

Por sentir que eu e muita gente vamos nadando contra uma maré que além de avassaladora é cada vez mais negra, e contra a qual parece nada haver a fazer, lanço aqui um apelo e com ele me calarei:

Das poucas coisas democráticas que ainda restam em Portugal, uma delas é que só é Governo quem o povo quiser. Façam uma análise aos últimos, vá lá, vinte anos e quando estiverem atrás do biombo nas próximas legislativas, lembrem-se disso. Olhem que no papel devem estar mais de uma dezena de partidos que nunca lhes foi dada oportunidade de provarem o que valem e ainda há a abstenção.

Não, não estou em campanha! A minha campanha é, e sempre será, contra as carcaças do sistema que se revezam por conveniência, governam por conveniência, legislam por conveniência, enfim, existem por conveniência.

Receio, no entanto, que as sondagens estarão mais uma vez certas e daqui por dez anos direi ainda com mais veemência: CADA POVO TEM OS GOVERNANTES QUE MERECE!

Não acreditam?

Vejam:  http://paulocarvalhoeducacao.files.wordpress.com/2008/04/finlandia.pdf

 
Paulo Carvalho




REPOSTA A VERDADE

17 04 2008

Acerca do lamentável plágio cometido por um ilustre colega, ele prórpio já se retratou e junto com a direcção do Diário de Coimbra produziram a seguinte página no dia 7 de Abril. Tudo está resolvido a bem e reposta a verdade. Fim de caso…

https://paulocarvalho.files.wordpress.com/2008/04/dc.pdf





PLÁGIO É CRIME E É FEIO

29 03 2008
Fruto da enorme difusão que a minha carta aberta ao Sr Rangel tem tido, eis que ontem uma colega, a quem chegou também o meu blogue, me manda um mail com um anexo retirado do DIÁRIO DE COIMBRA de 16 de Março, dizendo que a sua mãe lho tinha dado a ler. Ora, a colega ao ler aquela carta teve uma sensação de «dèja vu!». Lembrou-se, e de imediato me chamou a atenção.
Pois, trata-se de uma acto que para além de ser crime punível até 3 anos de prisão e pesadas multas, é muito feio e dá uma péssima imagem de quem o pratica, ainda mais quando se trata de um colega nosso e Mestre. É a maior desonestidade intelectual que existe.
Depois de lerem a carta que vai numa imagem anexa e compará-la com a minha, verificarão duas coisas interessantes: primeiro, em todos os pontos ele mete termos próprios mas deixa lá textualmente todas as minhas frases; depois, e esta é a parte a reflectir, reparem quais são os únicos pontos que ele não plagiou: o 4 em que falo nos fundamentalistas do PS e o 8 em que digo que a ministra é corajosa e determinada tal como outros grandes facínoras da História o foram!!! Curioso não? Porque será??? Hummmm… Vejam a assinatura: Mestre Anselmo Casimiro MILITANTE DO PS E VEREADOR DO PS. Há coisas fantásticas não há?
Entretanto já accionei todos os meios legais para repor a justiça, mandei um mail ao Jornal e falei com o Director que ficou estarrecido e também falei com o próprio Mestre Anselmo Casimiro, suposto autor do texto. À boa maneira de político que é, mostrou-se muito cordato, justificou-se dizendo que tinha sido um colega (Nuno Rolo) que lhe mostrou o meu texto imprimido e sem assinartura, como óptimo para editar, meter umas palavritas a mais e… plagiar!!! Pediu-me desde logo imensa desculpa e que tudo fará para que seja reposta a verdade e publicada no jornal.
Como acho que as pessoas têm uma oportunidade para reconhecer que erraram, vou esperar para ver. Tenho a garantia do Director que me fará chegar a edição onde tudo vai ser esclarecido.
Colegas: tudo isto para, essencialmente, dizer que há pessoas, mesmo na nossa classe, que cometem estas infantilidades, esquecendo-se do poder das redes sociais de hoje e que jamais se pode transcrever um texto ou parte dele sem autorização ou pelo menos a citação da fonte. Mesmo em jornais locais sem publicação online, tudo acaba por se descobrir. E é feio… muuuuuito feio!
Cliquem nestes links, leiam e comparem.